Construção de um jardim de ervas aromáticas.
Crianças e adolescentes.
Algumas jardineiras de cimento, de lata ou mesmo de plástico, 2 ou 3 saquinhos de sementes ou mudinhas de alecrim, cebolinha, hortelã, manjericão, salsa (aproximadamente 20 mudas de cada), algumas ferramentas de jardinagem, areia, argila, adubo orgânico, água.
Na própria sala.
Um encontro de aproximadamente 90 min.
Valorizar e cuidar da vida.
Aprender a plantar alguns temperos para a preparação de alimentos; desenvolver o hábito da observação e de cuidados com a vida.
Como desenvolver?
Comece com uma brincadeira. Sentados em círculo, cada um diz o seu nome e o de uma comidinha de que gosta e qual é o seu tempero predileto. Ex: Eu sou Mariana. Adoro pizza de marguerita, com muito manjericão…; Sou Marcos. Gosto de feijoada com bastante pimenta, se não, não tem graça…; Suely, para mim, peixe só com coentro… Durante os relatos, anote numa folha grande, os temperos citados.
E se?
Se ninguém teve contato com plantio, uma sugestão é pedir ajuda aos familiares, aos vizinhos que gostam de plantas ou ao quitandeiro para obterem as “dicas” necessárias.
Terminada a rodada, pergunte se alguém não conhece um dos temperos mencionados. Peça que quem conheça conte qual é o sabor.
Comente com eles como essas plantinhas podem dar tanto sabor à comida… Pergunte se já imaginaram como o frango ficaria bem sem graça, se cozido só com água. Ah! Essas ervas aromáticas têm muito valor, então.
Nesse momento, lance a proposta: E se o grupo construísse um pequeno jardim dessas ervas, na própria sala? Poderiam assim acompanhar o seu desenvolvimento.
Além disso, seria também uma ótima maneira de enfeitar a sala, deixando-a com um odor agradável e, de quebra, incrementar a merenda.
Poderiam pedir ajuda ao quitandeiro do bairro e ao dono do mercadinho para conseguirem mudinhas ou sementes de quatro ou cinco tipos de ervas e a outros comerciantes como o dono da oficina, do posto de gasolina e da papelaria para doarem pequenas ferramentas para jardim.
Seria interessante investigar na vizinhança se alguém tem temperos plantados e, se sim, quais os cuidados necessários e a possibilidade de fornecer algumas mudas.
Pergunte se alguém já plantou ou mexeu com plantas, pois irão precisar de algumas informações para o plantio das ervas. Estimule cada um a contar o que sabe sobre plantio e cuidado de horta, jardim ou vaso.
Podem também pesquisar em livros, revistas e na internet sobre o plantio de temperos.
Faça com eles uma relação de possíveis ervas aromáticas a serem plantadas : alecrim, manjericão, manjerona, hortelã, sálvia, estragão, salsa, cebolinha, coentro, louro, tomilho.
Planejem as tarefas, quem faz o quê e combinem certo período de tempo para conseguirem as doações e dar início ao plantio.
De posse das mudinhas ou sementes, as crianças ou adolescentes se organizam em um número de grupos equivalente ao número de jardineiras disponíveis; cada jardineira receberá um tipo de erva. Cada grupo adotará a sua para cuidar.
E se?
Se não conseguirem as jardineiras, é possível improvisar, utilizando-se latas de alumínio de mantimentos como achocolatados, extrato de tomate etc. Nesse caso será necessário fazer alguns furos embaixo para escoar a água.
Se ao invés de mudas, forem plantadas sementes, as covas deverão ter uma dimensão 2/3 maior que o tamanho da semente; em cada cova podem ser plantadas de duas a três sementes, se pequenas, ou até duas, se forem
grandes.
Depois de montado o jardim, proponha que pensem sobre as aprendizagens que realizaram durante todo o processo vivido, desde a decisão inicial. Distribua tiras de sulfite para cada um dos grupos formados e oriente para que registrem o que consideraram mais importante aprender e afixem as tiras na parede, com fita crepe. Em seguida, com a ajuda deles, vá juntando as aprendizagens semelhantes, colando umas sobre as outras, em blocos comuns, de modo a ter a visão daquelas mais explicitadas, que tiveram mais impacto na percepção das crianças e dos adolescentes
O que mais pode ser feito?
A ONG/escola pode assumir os cuidados com a praça próxima, convidando as famílias para o plantio de flores, árvores frutíferas e ervas.
Um debate promovido pelos educadores entre a população local poderá definir um nome fantasia para essa praça, homenageando a ação coletiva de todos ou mesmo propor sua mudança, dando-se encaminhamento às ações legais e administrativas necessárias junto à Câmara Municipal.
A inauguração da praça com o nome novo poderá se constituir num evento de confraternização, com um lanche preparado com as ervas aromáticas plantadas pelas crianças e adolescentes.
Há um grupo de defesa ambiental no bairro ou na cidade? Será muito interessante convidar alguns representantes para vir conversar e fazer oficinas com as crianças, adolescentes e com a população, discutindo a importância da manutenção e ampliação de áreas verdes no planeta e como se organizar para aderir à causa.
As crianças e os adolescentes poderão também pesquisar algumas receitas que utilizem alguns dos temperos plantados e até produzirem um caderno reunindo-as.
Gostou?
Consulte também a oficina “Vamos construir um terrário?” deste banco.
Para saber mais.
Calcula-se que o planeta Terra tenha se formado há 4,567 bilhões de anos e que a vida tenha se manifestado nele há aproximadamente 3,5 bilhões de anos, levando ainda muitos milhões para se diversificar e se estabelecer.
No decorrer do tempo, muitas formas de vida se extinguiram, outras formas surgiram e se fixaram, sempre produzindo modificações nas condições físico-químicas do ambiente como ar, água e solo, estando ao mesmo tempo sujeitas a essas mesmas condições.
Em todos os ambientes: mares, rios, florestas, caatingas etc., os seres vivos trocam matéria e energia entre si e com o meio físico-químico. Em cada um deles, as diferentes populações têm crescimento controlado umas pelas outras. São essas interações que configuram o delicado equilíbrio dos ambientes e que sustentam a diversidade de vida na Terra.
Assim, todas as formas de vida merecem cuidado e respeito; é a interação entre todas elas que garante a existência de cada uma; é a diversidade das espécies que sustenta os diferentes ambientes, colaborando para seu equilíbrio.
Ao criar um jardim e cuidar de plantinhas, crianças e adolescentes se deparam com o cuidar da vida, quando identificam as necessidades diárias das plantas (água, terra, adubo, iluminação) e as atendem.
Essas atividades ajudam a desenvolver valores como solidariedade e generosidade, além de nos fazer refletir sobre as condições de existência da vida e também sobre a prepotência humana ao nos considerarmos superiores às demais formas de vida.
Contribuem, portanto, para reorientar nossas ações no ambiente em que vivemos.
Referencia Bibliográfica
EDUCAÇÃO Ambiental: problemas globais, ações locais. [Magaly Therezinha dos Santos, Maria Isabel Iório Soncini e Maria da Penha Bertoldi Youssef]. São Paulo: Cenpec; Febem-SP; SEE-SP, 2002. (Educação e Cidadania, 9).
Eu fiz assim…
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Gosyaria de reveber mais inyričões. Amei o q li
Olá Lucia,
Que bom que gostou da oficina! Que tal descrever o relato da sua experiência, por meio do e-mail oficina@educacaoeparticipacao.org.br?
Nosso banco possui outras atividades relacionadas ao mesmo tema, acesse: http://educacaoeparticipacao.org.br/oficinas/?categoria=saude_meio_ambiente
Abraços
Equipe Educação&Participação